Análise Semanal do Bitcoin: o que afeta o preço das criptomoedas hoje

O que está por trás dos movimentos do Bitcoin? Veja a análise semanal com foco técnico e macroeconômico, incluindo altcoins, ETFs e dados que movem o mercado.

Taiamã Demaman
Última atualização:
10/9/2025
Trading
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Este artigo é atualizado semanalmente às quartas-feiras para trazer a análise técnica do Bitcoin e do mercado de criptomoedas. Você sempre verá:

  • Visão geral do mercado
  • Resumo macroeconômico com indicadores, com destaque para a economia dos EUA
  • Calendário macroeconômico, com os fatos que impactam os preços
  • Resumo do mercado cripto com destaques
  • Análise técnica do Bitcoin, Ethereum ou outras criptos em destaque.
  • Principais indicadores do mercado cripto (incluindo medo e ganância, dados on-chain, dominância do BTC, indicador de alteseason, entre outros).
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Visão geral do mercado

O S&P 500 encerrou agosto com alta de 2%, impulsionado por dados de inflação mais brandos do que o esperado, mesmo diante das pressões tarifárias.

Na temporada de balanços, o grande destaque foi a NVIDIA, que reportou um lucro líquido impressionante de US$ 26,2 bilhões, posicionando-se como o 18º maior resultado corporativo da história.

No mercado de trabalho, os números surpreenderam negativamente. A taxa de desemprego subiu para 4,3%, enquanto a criação de vagas no setor não-agrícola somou apenas 22 mil postos, bem abaixo da expectativa de 75 mil. O desempenho foi prejudicado por cortes expressivos nos setores governamental, varejista e manufatureiro.

A combinação entre uma inflação sob controle e o arrefecimento do emprego reforça a perspectiva de afrouxamento monetário. De acordo com o FedWatch, há atualmente 88,4% de probabilidade de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros. No entanto, chama atenção a precificação de 11,6% para um corte de 50bps, o que reacende o alerta para uma possível repetição do movimento de junho de 2024, quando o FED surpreendeu ao iniciar o ciclo de cortes com uma redução de meio ponto percentual.

Resumo macroeconômico

Confira o que marcou o mercado macroeconômico:

Ouro Ultrapassa os Treasuries Pela Primeira Vez desde 1996, Enquanto Abertura para um Novo Ciclo de Juros Ecoa a Crise de 1998

No 43º mês da ofensiva russa na Ucrânia, o conflito deixa de ser apenas militar para se tornar um catalisador de transformações econômicas profundas. Pela primeira vez desde 1996, os bancos centrais globais passaram a deter mais ouro do que títulos do Tesouro americano (Treasuries), sinalizando um ponto de inflexão no posicionamento das reservas internacionais. Esse movimento, que reflete uma clara tendência de desdolarização, representa também uma resposta estratégica à crescente fragmentação do sistema financeiro global. A prioridade agora é proteção contra riscos geopolíticos e afastamento gradual da hegemonia monetária dos Estados Unidos, em um cenário cada vez mais multipolar.

Esse pano de fundo geopolítico complexo se soma à perspectiva de uma nova flexibilização monetária por parte do Federal Reserve. A possível abertura de um novo ciclo de cortes nos juros remete diretamente ao que foi observado em agosto de 1998. Naquele momento, mesmo com o S&P 500 em tendência de alta, o crescimento do PIB ainda sólido e o desemprego em patamar confortável, o banco central americano realizou três cortes consecutivos na taxa de juros. A motivação? Eventos sistêmicos como o calote da dívida russa e o colapso do megafundo de hedge LTCM, fundado por Myron Scholes, prêmio Nobel de Economia. O resgate do fundo foi coordenado por um consórcio bancário que assumiu 90% da operação por US$ 3,65 bilhões, embora a liquidação definitiva só tenha ocorrido em 2000.

Hoje, o mercado começa a desenhar paralelos com aquele momento. O gráfico mostra o S&P em amarelo e a taxa de juros em preto. A analogia levanta a hipótese: estaremos às vésperas de um novo ciclo de valorização impulsionado pelo boom da Inteligência Artificial, com possível fôlego até meados de 2027, antes de um novo estouro de bolha?

Para navegar esse cenário, é prudente antecipar os efeitos inflacionários da liquidez adicional até o primeiro trimestre de 2026. A partir desse ponto, uma retomada da contração monetária poderá testar severamente a resiliência dos ativos de risco, especialmente em um mercado cada vez mais fragmentado e moldado pela multipolaridade.

Por fim, a semana trouxe ainda um evento inesperado com potencial impacto nos dados macroeconômicos: a revisão anual do Payroll ganhou destaque após a demissão da responsável pelo departamento, sob alegações de revisões tardias e supostamente imprecisas. Um lembrete de que, além dos grandes movimentos geoeconômicos, os detalhes administrativos também podem influenciar os rumos do mercado.

Fear & Greed tradicional: sinal verde com alerta técnico

O indicador de medo e ganância (Fear & Greed) do S&P 500 segue em território positivo, firmemente posicionado na zona da ganância. No entanto, apesar do otimismo aparente, os retornos recentes do índice acendem um sinal de atenção entre analistas técnicos, que observam com cautela a possibilidade de correções diante de sinais de exaustão ou sobrecompra nos gráficos.

Macrocalendário

A semana traz uma série de divulgações econômicas relevantes nos principais centros globais. A Alemanha abriu o calendário no dia 8 com a divulgação da sua balança comercial de julho, que apresentou uma retração preocupante, indicando enfraquecimento nas exportações. 

Em contraste, a China trouxe no mesmo dia resultados positivos para sua balança comercial, seguidos pela divulgação da inflação anual de agosto. As expectativas, no entanto, apontam para um cenário de deflação, refletindo a queda dos preços impulsionada pela fraca demanda interna.

Nos Estados Unidos, a semana será decisiva para os rumos da política monetária. O destaque começa no dia 9, com a revisão anual da folha de pagamento não agrícola (Payroll). Em seguida, no dia 10, será divulgado o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de agosto. Já o grande foco recai sobre o dia 11 de setembro, quando saem os dados de inflação ao consumidor (CPI) — incluindo o núcleo e a taxa cheia —, fundamentais para calibrar as expectativas do mercado em relação às próximas decisões do Federal Reserve. A agenda americana se encerra no dia 12 com a prévia do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan, referente a setembro.

Na Zona do Euro, os holofotes estarão voltados para a reunião do dia 11 de setembro, quando o Banco Central Europeu (BCE) anunciará sua decisão sobre a taxa de juros. O veredito poderá redefinir o tom da política monetária do bloco diante das recentes pressões inflacionárias e do enfraquecimento da atividade econômica.

No Reino Unido, o dado mais aguardado será o PIB mensal de julho, programado para 12 de setembro. O resultado será essencial para aferir o ritmo de crescimento da economia britânica e suas implicações para a política do Banco da Inglaterra.

S&P 500

O S&P 500 segue sustentado em território positivo, apesar da falta de catalisadores imediatos. O índice caminha para completar um mês de lateralização, formando um platô técnico próximo da região dos 6.500 pontos, enquanto o mercado aguarda um possível movimento decisivo a partir das sinalizações do Federal Reserve.

Os cenários técnicos e os principais gatilhos de curto prazo:

  • Otimista: caso o S&P feche a semana, em 12 de setembro, acima da marca de 6.440 pontos, o índice poderá buscar novamente os 6.500 pontos e mirar projeções de até 6.817 pontos ao longo do mês, sinalizando continuidade do movimento de alta;
  • Moderado: um fechamento abaixo de 6.440 pontos pode indicar uma nova fase de teste, com possível recuo técnico para a região entre 6.200 e 6.125 pontos, zona que já serviu como suporte relevante em movimentos anteriores;
  • Pessimista:  a perda dos 6.125 pontos representaria o primeiro sinal técnico claro de reversão de tendência, abrindo espaço para quedas mais acentuadas.

No mercado cripto

Nasdaq: Tokenização Sob Estrutura Tradicional

Em setembro de 2025, a Nasdaq deu mais um passo rumo à modernização do mercado financeiro global ao apresentar à SEC uma proposta inovadora: permitir a negociação de ações e ETPs em formato tokenizado, mantendo todos os atributos dos ativos tradicionais — inclusive direitos legais, códigos CUSIP e normas regulatórias. A liquidação poderá ser feita tanto via Depository Trust Corporation (DTC) quanto por blockchain, a depender da preferência do investidor. Essa iniciativa alia flexibilidade tecnológica à preservação dos pilares fundamentais do sistema: segurança jurídica, liquidez e integridade de mercado.

Diferentemente de iniciativas anteriores que fragmentaram a liquidez ao criar múltiplas versões tokenizadas de um mesmo ativo em redes distintas, a proposta da Nasdaq visa garantir uma única versão oficial, registrada e reconhecida, operando como novo protocolo de liquidação — e não como um mercado alternativo. O modelo proposto é totalmente compatível com as infraestruturas institucionais existentes, garantindo interoperabilidade, escalabilidade e eficiência no price discovery dentro de uma estrutura já familiar aos agentes do mercado.

Nasdaq Eleva o Rigor com Tesourarias de Ativos Digitais

Ao mesmo tempo em que avança na integração da blockchain, a Nasdaq também está fortalecendo sua atuação regulatória sobre empresas listadas que direcionam recursos captados no mercado de capitais para criptoativos. Desde janeiro de 2025, 154 companhias anunciaram planos para levantar cerca de US$ 98 bilhões com esse propósito. Em resposta, a bolsa passou a exigir aprovação prévia dos acionistas, transparência ampliada nas comunicações públicas e estruturas de governança mais robustas.

Empresas como Strategy, liderada por Michael Saylor, e BitMine Immersion, de Tom Lee, estão sob maior escrutínio. A medida visa evitar distorções semelhantes às vividas nos ciclos especulativos de ICOs em 2017 e SPACs em 2021, reforçando o compromisso da bolsa com a estabilidade do mercado e a proteção dos investidores.

Combinando inovação tecnológica e prudência regulatória, a Nasdaq se posiciona como protagonista na construção da infraestrutura financeira da era digital. A tokenização regulada de ativos tradicionais desponta como uma tese central na integração entre finanças tradicionais e tecnologias emergentes, como a blockchain. A proposta apresentada à SEC não visa romper com o sistema vigente, mas sim modernizá-lo de dentro para fora — promovendo compliance, proteção ao investidor e novos patamares de liquidez e eficiência operacional para o mercado financeiro global.

Capitalização Total do Mercado (Total Market Cap)

A capitalização total do mercado cripto se aproxima da região de suporte em US$3,59 trilhões, mas mantém uma postura resiliente diante da pressão. Setembro desponta como um mês decisivo, com potencial para definir a direção do próximo grande movimento.

Caso a primeira quinzena registre desempenho positivo, o cenário se torna favorável para a abertura de novos alvos mensais entre US$4,62 e US$4,74 trilhões, sinalizando possível retomada da tendência de alta no curto a médio prazo.

ETFs, Futuros & On-chain: Setembro Sob Pressão de Opções

O grande destaque do mês vai para o mercado de opções, que se prepara para o maior vencimento do ano. No dia 26 de setembro, cerca de US$ 16,61 bilhões em opções irão expirar, com o chamado "preço de dor máxima" (max pain) estimado em US$ 110 mil — ou seja, o nível de preço em que o maior número de contratos de opções (calls e puts) expiram sem valor, gerando o máximo prejuízo para os compradores e o mínimo custo para os emissores (market makers).

Esse ponto costuma atuar como um ímã de preço nos dias próximos ao vencimento, dado o interesse dos grandes players em manter o mercado o mais próximo possível desse patamar.

Além desse vencimento específico, as expirações trimestrais também devem influenciar significativamente a tendência do Bitcoin. Um fator técnico importante é a atual exposição Gamma elevada dos provedores de liquidez no mercado de opções. 

Essa condição atua como uma espécie de "amortecedor", reduzindo a volatilidade local. No entanto, há forte probabilidade de que essa proteção se desfaça nas sextas-feiras dos dias 12, 19 e 26 de setembro, liberando maior movimentação nos preços.

Segundo os gráficos de impacto por data de expiração, o dia 12 aparece como o mais crítico, com potencial de gerar maior volatilidade no preço do Bitcoin, servindo como um possível gatilho para mudanças de tendência no mercado.

Análise Técnica do Bitcoin (BTC)

O Bitcoin finalmente encerrou a semana com fechamento acima dos US$ 110 mil, consolidando um sinal técnico positivo em meio ao otimismo crescente quanto a um possível afrouxamento monetário e ao impacto dos vencimentos de opções que se aproximam. A volatilidade é praticamente garantida nos próximos dias, abrindo espaço para movimentos expressivos.

Do ponto de vista técnico, o cenário permanece construtivo. No entanto, a dominância do BTC, que recentemente perdeu o suporte dos 59,56%, desafia o mercado à vista (Spot) a reagir, impulsionando o preço com mais força e evitando uma rotação de capital para altcoins.

Quais serão os gatilhos para o Bitcoin na segunda semana de setembro?

Dominância

A dominância do Bitcoin rompeu dois níveis-chave de suporte, sinalizando uma mudança estrutural no mercado. Com esse movimento, especialmente as Big Caps e demais altcoins passam a operar em uma zona de baixo risco, embora com retorno mais limitado para o BTC, o que beneficia o restante do mercado cripto.

Atualmente, o cenário geral para o Bitcoin é neutro e sem forte tração, enquanto a dominância permanecer abaixo de 59,56% e o preço se sustentar em torno de US$ 112 mil no gráfico semanal. Nesse contexto, existe a possibilidade de um reteste na região dos US$ 108 mil, com risco de estresse adicional no suporte dos US$ 100 mil.

No cenário ideal, é fundamental que a dominância volte a superar 61,10%, acompanhada de uma nova ATH (All-Time High) ou suporte sólido em US$ 117,5 mil. Esse movimento poderia dar início a uma altseason mais prolongada, com alta generalizada entre as criptos fora do BTC.

De acordo com a metodologia de análise, o início de realização de lucros em altcoins ocorre quando a dominância fica abaixo de 62,58%, tornando-se mais pronunciado ao romper os 59,56%, como já observado — o que reforça o atual momento de maior protagonismo das altcoins.

Indicador de Altseason

O Indicador de Altseason rompeu a marca dos 60 pontos após dois meses oscilando entre 40 e 60, sinalizando uma aceleração na performance das altcoins frente ao Bitcoin. Atualmente em 63 pontos, o índice mostra que 63% das 50 maiores criptos por valor de mercado superaram o BTC em retorno nos últimos 90 dias.

Mas a altseason já acabou?

Embora os números ainda sustentem um viés positivo para as altcoins, o espaço para que elas continuem superando o Bitcoin começa a se estreitar. Ainda assim, uma nova pernada de alta pode permitir ganhos nominais relevantes nesse segmento.

Para que a altseason prossiga sem viés baixista sobre o mercado como um todo, será essencial que o BTC rompa a região dos US$ 117 mil ao longo da primeira quinzena de setembro. Sem esse rompimento, o movimento pode perder força, impactando negativamente o desempenho das altcoins.

Destacamos que a situação técnica do Bitcoin está em ponto de definição, sendo determinante para os próximos passos do mercado cripto.

De acordo com nossa cartilha de indicadores para investimentos em ativos de maior risco no universo Web3, leituras em torno de 30 pontos no Indicador de Altseason costumam representar boas oportunidades de entrada, especialmente em momentos de acúmulo.

Medo e Ganância: Leitura Estável com Viés Positivo para o BTC

O indicador de Medo e Ganância permanece estável em torno dos 48 pontos, refletindo um momento de equilíbrio no sentimento do mercado em relação ao Bitcoin.

A atual leitura aponta para um cenário de definição, mas com viés levemente positivo no curto prazo. As expectativas para o mês de setembro seguem voltadas para um possível movimento de alta, com alvo em US$117 mil.

Entretanto, caso o preço enfrente rejeição nessa região, um recuo até a faixa dos US$101 mil se torna uma possibilidade concreta, reforçando a importância do comportamento técnico do BTC nas próximas sessões.

Por fim, reforçamos que cada criptoativo possui características próprias, e seus fundamentos individuais devem ser monitorados atentamente. Qualquer alteração relevante pode afetar de forma significativa o potencial de retorno — seja para cima ou para baixo.

Análise Técnica do Ethereum

O Ethereum (ETH) mantém-se firme sobre o suporte otimista em US$ 4.290, sustentando a expectativa de continuidade da tendência de alta. A formação atual sugere que, em caso de rompimento do triângulo de baixa, o ativo poderá buscar a região dos US$ 4.600, antes de um possível reteste da zona rompida — movimento técnico comum antes da retomada da tendência principal.

Ao longo do segundo semestre de 2025, o fechamento lunar em US$ 4.860 será um ponto técnico chave, funcionando como nível pivotal para o fechamento mensal. Caso esse patamar seja consolidado, a estrutura de preço fortalecerá os alvos de altseason, com projeções entre US$ 6.246 e US$ 6.416, consolidando o ETH como uma das principais lideranças do ciclo atual.

Altcoin da Semana: Worldcoin (WLD)

Fundada em 2019 por Sam Altman (OpenAI) e Alex Blania, a Worldcoin (WLD) surgiu com uma proposta ousada: criar uma identidade digital global baseada na biometria da íris, assegurando privacidade e prova de humanidade em um mundo cada vez mais influenciado pela inteligência artificial.

Com o tempo, o projeto evoluiu e deu origem à World Chain, uma Layer-2 construída sobre o OP Stack, consolidando-se como um dos pilares emergentes da infraestrutura digital descentralizada. Atualmente, o ecossistema já contabiliza mais de 16 milhões de identidades verificadas e estabelece parcerias estratégicas com gigantes como Visa, Circle, Stripe, Razer e Tinder.

Quer saber mais sobre o ativo e os gatilhos de preço? Confira tudo sobre o projeto, seus fundamentos, roadmap e os eventos que podem impactar o desempenho da Worldcoin (WLD) nos próximos ciclos. Entenda como a identidade digital via biometria de íris e a World Chain estão moldando o futuro da Web3. Não perca: 

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Autor
Taiamã Demaman
Economista especializado em Web 3.0, é Líder de Pesquisa na Coinext.
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